NA EXCURSÃO



ÉRIKA 13, CAP. 13
 [...............] O restante do grupo estava reunido ao redor de uma churrasqueira, de onde vinham o cheiro apetitoso de churrasco, o retinir de copos e muitas gargalhadas.
        Quem contava piadas era Carlos, único solteiro do grupo. Branco, baixo e gordinho, ele escondia atrás da falsa alegria o despeito de ver a ex-namorada agarrada com um colega da mesma escola. Tinha 33 anos e muita tristeza.
        Naquela tarde, ele teve alegria.
        Enquanto os demais dormiam, contaminados pelo costume hispânico da siesta, na solidão de seu chalé Carlos tinha os olhos bem abertos, fixos numa revista pornográfica. Não sei se a ereção que ele segurava era resultado da leitura. Só sei que ele estava de pau duro quando entrei por engano em seu chalé. (Juro que foi por engano.) E se assustou, e puxou o calção para esconder o pênis.
        — O que é que você tá fazendo aqui, menina?!
        — Desculpe. Errei de endereço.
        Qualquer menina, em meu lugar, sairia correndo, horrorizada ou divertida. Mas eu não sou qualquer menina. E o que eu tinha visto dominava meu pés, arrastando-os em direção à cama.
        — Sai daqui, por favor — pediu ele.
        — O senhor estava batendo punheta? — perguntei em tom de ingênua curiosidade.
        — Não — justificou ele olhando-me dos pés à cabeça, enfeitada com as duas tranças que ele vira Margarete refazer durante a churrascada. — Eu estava me coçando.
        — Deixa eu ver?
        Eu já estava bem perto.
        Com os olhos fixos em meu vestido, que deixava perceber, claramente, o peito liso, ele propôs:
        — Se eu deixar, você vai embora?
        — Mostra.
        Ele mostrou. E demonstrou alívio quando eu me afastei. Mas eu não me afastei para ir embora, e sim para chavear a porta. Porque, saindo da cesta de desejos, o diabinho me atiçava, instava, empurrava. É agora ou nunca, dizia a voz em meu cérebro. Vai!
        Fui.
        Apavorado, Carlos não teve forças para resistir. Respirando fundo, ele me viu sentar na cama, puxar seu calção e pegar em seu pau, que oscilava entre a ereção e a flacidez.
        Numa terra em que uma leve suspeita, ou interesse financeiro, leva uma mãe a denunciar um adulto por abuso da filha menor; em que os jornais tripudiam sobre o acusado, sem acreditar em sua versão; em que o delegado (delegada é pior ainda) primeiro joga o acusado às feras das infectas prisões para só depois investigar a veracidade dos fatos, o pobre professor tinha muitas razões para estar assustado.
        Mas a ereção venceu. Logo eu tinha na mão um pênis duro e tão bonito quanto o do vídeo Beleza. E a tesão que me transmitia era intensa. Tão intensa que embotava o raciocínio. Tão intensa que atordoava. Tão intensa que me cegava para o mundo. Eu só via o pau de Carlos em minha mão, só ouvia nossos gemidos.
        Ele gemia, eu gemia.
        Eu o masturbava e gemíamos.
        Foi quando tive uma experiência fantástica.
        Irremediavelmente arrastado pela forte correnteza da excitação sem retorno, o professor segurou minha cabeça e dirigiu minha boca. “Chupa.” Não sei se a voz, suave, era dele ou do diabinho. Mas sei que a minha forma verbal predileta percutiu em alguma parte do cérebro, que comandou meus atos. Senti na boca a presença de uma forma cilíndrica, ouvi um suspiro, percebi no clitóris uma sensação gostosa, comecei a chupar.
        Maravilha...
        Maravilha!
        Após as primeiras chupadas, retirei seu calção, com a sua colaboração, e, deitando-me entre suas pernas, voltei a abocanhar seu pênis. Nossa! Enquanto o diabinho ria de satisfação, pus em ação os meus conhecimentos de anatomia masculina, sentindo em mim mesma todas as sensações que eu lhe proporcionava com minha boca grande por natureza, lábios grossos e língua ávida.
        Eu queria prazer.
        Meu corpo se arrepiava, o clitóris latejava, quando, segurando seu pau pela base, eu passava a língua pela região altamente erógena situada atrás da glande. Depois engolia o pau, até senti-lo no limiar da garganta. O tamanho ajudava, pois não era muito comprido.
        E chupava; e chupei.
         Duas pessoas passavam, conversando em castelhano, quando senti a aproximação do orgasmo. Reconheci a voz de Maria, que gozara na minha boca, e só então, num breve momento de consciência, eu me perguntei o que fazer quando Carlos ejaculasse. Não tive tempo, porém, de tomar uma decisão. Os jatos de esperma vieram com força, acompanhados de um orgasmo estonteante, que me fez levitar, como sob o efeito de um lança-perfume. Ouvi gemidos, estalidos; meu corpo se contorceu. Quando o diabinho foi embora, eu ainda estava com os lábios fortemente cerrados ao redor daquele apêndice latejante que acabava de preencher a lacuna aberta dias antes pelo vídeo. Sim, eu era capaz de sentir os prazeres da felação.
        Ofegando, o homem, que antes amargava uma traição, fez afagos em meus cabelos enquanto eu retirava lentamente a boca daquela mamadeira viva, que amolecia e encolhia, exaurida do leite viscoso cujo sabor, muito forte, ficou impregnado em minhas papilas gustativas.
        — Quantos anos você tem? — perguntou ele.
        Numa época em que a puberdade, com seus claros sinais, chega cada vez mais cedo para as meninas, a minha falta de seios, evidente sob o vestido, punha-o em dúvida. E mais dúvidas lhe deixei. Para embelezar a recordação daquela tarde, que ele certamente nunca esqueceu, eu me pus diante de seus olhos com a calcinha baixada e o vestido levantado.
        — Não é raspada — confirmei quando seus dedos vieram provar a maciez dos meus lábios íntimos.
        Ele se sentou na cama, se agachou, deu um beijo em minha xoxota, levantou minha calcinha.
        — Obrigado, linda — disse ele emocionado.
        *******
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Um comentário:

  1. me fez viajar com essa historia, e com vontade de te pegar, com o tesao q fiquei...

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