CAP. 36 DE ÉRIKA 14
[Na biblioteca da escola, fazendo uma pesquisa em
equipe.]
Então percebi o olhar
suplicante de Camila, sentada a uma mesa de canto, ao lado de Juliana e em
frente a Josué, que copiava no caderno as informações coletadas na enciclopédia
Barsa.
Pisquei. Ela veio.
— Vamos no banheiro? — convidei.
Ah, Camila! Que beijo doce tinha a
boca ávida que depois sugou meus seios e desceu para a boceta, que eu lhe
ofereci nua. Delicioso minete, delicioso orgasmo. Ai, Camila...
— Deixe eu chupar a tua...
— Não — respondeu ela com um novo
beijo, mais saboroso que o primeiro.
Após uma semana chupando pica, eu
sentia falta do sabor de uma boceta. Mas não
insisti. Porque minha intuição dizia que eu não tardaria a saciar meu desejo. Por isso, em vez de vesti-la,
guardei a calcinha na bolsa. Era minha intenção exibir-me para Suzana.
O resultado, entretanto, foi
inesperado.
Tendo deparado, na estante do corredor, envelhecido e corroído, um exemplar de O salário do medo, que
eu conhecia no original francês, parei
para folheá-lo. Emocionante, apesar da horrível tradução, o livro prendeu minha atenção e pés enquanto Camila
retornava sozinha para seu lugar.
Foi quando Josué entrou.
— O que
você está lendo? — inquiriu ele às minhas costas, muito próximo, tão
próximo que eu lhe sentia o hálito de chiclete.
E mais próximo ficou.
Como eu não respondesse, fosse por
estar absorta na leitura, fosse por não simpatizar com o blasonador de falsas
virtudes, ele se encostou em mim. Encostou, colou, encoxou.
— É isso que a tua bíblia ensina? —
ironizei.
Ele não respondeu. Com a respiração
pesada, ele levou as mãos aos meus seios, sendo logo repelido. Em silêncio.
Então as mãos mudaram de alvo. Dessa vez,
antegozando sua reação, não rechacei sua ousadia. Fingindo ler o livro
(não havia mais clima para leitura), permiti
que suas mãos viessem por baixo de minha saia. Surpresa! Recuando como se tivesse levado um choque, o moçoilo
ficou parado, sem ação, pasmo.
— O
que foi? — virei-me de frente. — Nunca pegou numa boceta? Ou será que
também nunca viu uma? Se é esse o caso, pode olhar.
Dizendo isso, levantei a saia.
—
Você está com o demônio! — exclamou
ele, recordando-me o dia agora
distante em que o pastor Moisés tivera a mesma reação.[1]
— E você está de pau duro — repliquei
apontando o volume em sua calça e saí.
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CAP. 39 DE ÉRIKA 14
[Na praça do bairro.]
Com
ou sem consentimento dos pais, lá estavam muitas alunas da escola, consumindo
pipoca, batata frita, sorvete e outros produtos vendidos nas muitas barracas
que aí se armavam, principalmente nos fins de semana. Trajando invariavelmente
saias curtíssimas, elas se expunham, sozinhas ou em pequenos grupos, próximas à
rua. Vez por outra, parava um carro. Elas se aproximavam, conversavam; uma
embarcava.
Assim como
Aline e outras, na minha antiga escola, elas dedicavam-se ao que denominei, no
primeiro volume, prostituição lato sensu. Novinhas e safadinhas, o
dinheiro (desculpem: o “agradozinho”) que ganham na atividade popularmente
conhecida aqui como ploc destina-se, antes de tudo, à compra de
celulares, que vivem perdendo, e a supérfluos em geral.
Então vi
Patricia.
— Fazendo
ploc? — indaguei.
— Estou
tentando — disse ela rindo. — Mas acho que estou velha demais pra isso. Olha só
a concorrência!
Olhei para as três
pessoas que ela apontava com o gesto típico de esticar os lábios. Em duas, os
seios mal despontavam. A terceira era
um terceiro, isto é, um rapazinho, que falava alto, chamando a atenção com seus
trejeitos efeminados. Teria, no máximo, doze anos.
Do outro lado da praça, que alcançamos
caminhando lentamente, a situação era outra. Meninas de vestidos longos e
rapazes de calça social dirigiam-se à igreja evangélica para o culto que se
iniciava. De um lado o pecado; do outro a virtude.
Eu disse virtude?
Enquanto, numa barraca munida de
balcão e banquetas, Patricia, relatando-me sua necessidade de vinte reais para
completar o pagamento do celular, jantava um prato de risoto (que eu paguei),
eis que se aproxima Josué.
— Não querem ouvir a palavra de Deus?
— convidou.
Aceitei.
Mas ele não tinha pressa. Dentro da
igreja, uma banda afinadíssima tocava um rock no mais belo estilo clássico. Do
lado de fora, ele me corrigia: não é rock; é gospel. E passou a um discurso a
respeito das rameiras (foi seu termo) que praticavam a prostituição deslavada
(foi ele que disse) na praça.
— Por mim, eu enxotava todas a
chicotadas, como fez Jesus com os vendilhões do templo.
E completou:
— Mas o pior são esses caras que pagam
pra fornicar. O dinheiro é uma bênção. Só deve ser usado para boas causas.
Boa causa era a boa casa, na esquina
da praça, para onde ele foi dirigindo seus passos mal-intencionados e os meus,
desconfiados. Era lá que ele residia com o pai pastor e a madrasta, ambos
ausentes quando ele me convidou a entrar para conhecer o lar de um “homem de
Deus”.
Entrei.
— Vou te mostrar meu quarto — disse
ele.
Confortável, para não dizer luxuosa, a
suíte do guardião dos bons costumes foi cenário de uma mudança de comportamento
tão repentina e extrema quanto divertida. Chaveando a porta, ele começou a me
agarrar por todos os lados. Eu ficava parada, depois me desvencilhava e me
afastava. Ele voltava à carga. E tudo se repetia. Chegamos até a cair na cama,
onde eu tive mais dificuldade para me livrar de seu amplexo. Por fim, acuada
num ângulo da parede, fingi entregar os pontos. Então, trombeteando
obscenidades (ele me chamou de puta!), Josué, por trás de mim, travou uma luta
de ardor adolescente contra a fivela do meu cinto. Conseguiu. Vencida a
primeira batalha, seus dedos atacaram os muitos botões da calça jeans de cós
alto que eu estreava. E se atrapalhavam. Como as muralhas de Jericó, a calça
resistiu, mas, por fim, caiu.
— Josué — admoestei —, veja bem o que
vai fazer!
O que ele fez foi pôr o pau para fora.
Iniciou-se, então, a batalha da
calcinha. Ele puxa, eu seguro; ele força, eu agarro.
— Aquele dia, lá na biblioteca —
reclamou ele desistindo — você não estava tão difícil.
— É que lá eu estava segura —
expliquei levantando e fechando a calça. — Aqui, nós dois sozinhos, você é
capaz de querer tirar meu cabaço.
— Cabaço?! — surpreendeu-se.
— Claro, né! Tá pensando que eu sou
puta!
— Então, pelo menos, bate uma
punhetinha pra mim — pediu ele. — Estou morrendo de tesão. Olha!
— Só se me der vinte reais — impus. —
É para uma boa causa.
— Nesse caso, você chupa? — propôs
ele.
Negócio fechado. Ao pôr na boca seu
pau duro, senti como um choque. Nossa! Minhas coxas se fecharam num espasmo,
meu ânus se contraiu. Era muita tesão num pau tão pequeno — não tanto quanto o
de Marcelo; mas, para médio, não servia. No entanto, as dimensões, que, em
princípio, seriam ideais para a mamada, eram prejudicadas pelo inconveniente da
cabeçorra. Desproporcional, em relação ao restante do conjunto, como o chapéu
de um cogumelo, a glande me engasgava quando eu engolia todo o seu membro com
uma voracidade que surpreendeu o rapaz. Deitado, com a calça pelos joelhos,
suas mãos se crispavam no
colchão, sob efeito de um prazer cuja intensidade ele certamente ainda não
conhecia. Até eu, com toda a minha experiência, fiquei admirada com a magnitude
das vibrações em meu clitóris, que acabaram por me lançar num orgasmo arrebatador,
acompanhado de tanto esperma, que uma parte escorreu para os pentelhos do filho
do pastor.
Minutos depois, ao encontrar Patricia
na companhia de duas alunas da escola, eu lhe entreguei o dinheiro.
— Hoje não precisa mais fazer ploc —
disse-lhe. — Já fiz por você.
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